quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Parado Eu Vi

Parado eu vi
Passar o tempo
Correndo nos pés
Do menino de azul
Da menina de rosa
Pelo vento do sul
Por um dedo de prosa
Pela chuva de maio
Que derruba uma flor
Que secando transforma
Ajudando a compor
Uma historia a mais
Desse tempo que passa
Por meus olhos e eu
Parado, acho graça.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Há Gente Que Faz

Há gente que faz
Depois o antes
E o antes depois

Há gente que sempre
Coloca a carroça
Na frente dos bois

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Por Tudo Quanto Vivo

Por tudo quanto vivo
Posso crer no que vejo
E penso que a vida
É desejo de satisfação
Desejo inconsciente
De mais e mais amor
Apenas por satisfação
De um desejo por mais
E mais desejo

Por tudo quanto vejo
Posso crer no que vivo
Na coragem do acordar
Do abrir os olhos
Do parar de sonhar
Do sair da inercia
Pois a inercia
É estado seguro
Dos pobres de alma
Dos pobres sem futuro

Por tudo quanto vivo
Por tudo quanto vejo
Posso crer num desejo
De prospero futuro
Da ânsia da conquista
De planos feitos
Que talvez mudem
Com o tempo que passa
E também passe o desejo
De viver tudo que vivo
E de crer em tudo que vejo


Hoje A Noite

Hoje a noite
Caiu mais gelada
Mais gelando
Mais triste
E foi entrando
Pela janela
E foi se apossando
Na cama
Do lugar dela

terça-feira, 5 de março de 2013

Poeta Não Chora

Eu não tinha que chorar
Poeta não chora
Poeta escreve lagrimas

Mas eu chorei
E nesse pranto, pelos olhos,
Me fugiu um poema.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Domingo Vazio

Domingo
Inda é domingo
A dor míngua
Mas domingo
Ainda há dor
Que míngua
Mas não domingo

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Cantiga Religiosa Ao Avesso

Eis aqui meus olhos
Eis aqui minhas mãos
Se você existir, meu Deus
Sou todo oração

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Soneto de Minha Vida

Vai, minha vida sem sentido
Venho sentindo um descontentamento
Que, diante de meu constante lamento
Passa por todos incógnito, desapercebido.

Num súbito fio de esperança
De cima do outeiro de minha vida
Tento me enxergar novamente criança
Época boa de paz consentida.

Olho para meu eu menino
E vejo o quanto se perdeu
Meio a esse caminho tortuoso

Volto a mim temeroso
Tentando encontrar quem sou eu
Perdi no caminho meu destino.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

A Morte de Um Qualquer

1.Preparatorio

Comprem o caixão
Acendam uma vela
Preparem os salgadinhos
Não se esqueçam do café

Se sobrar um dinheiro
Compre aquela coroa
De lírios e rosas
Mas só se sobrar

Ligue para os amigos,
Para os parentes distantes
E diga que sairá
Amanhã as cinco da tarde



2.O evento

Tanta gente
Que não se via mais
Veio até a prima
Que mora em Rondonia

Todos cabisbaixos
Chorando, comendo
Alguns rindo
Talvez não sejam parentes

Já estava velho mesmo
Doente, descansou
Deus sabe a hora
De chamar o seu povo



3.Comentarios do defunto

Inventei de morrer
Num dia de calor
Mas pelo menos
A dor passou

Gastaram tanto
E esse caixão vai
Apodrecer e com meu corpo
Virar adubo

Essa gente vai embora
E nunca mais
Se lembrarão
De quem eu fui

Olha lá
Até o padre
Esta com sono
No meio de seu sermão

A minha prima
Também chora
Nunca me ajudou
Ou faz media ou se arrependeu

Não, você não
Não chore, meu amor
Talvez você também
Venha a semana que vem.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Homenagem Ao Fim De Um Grande Amor

Ficou carinho
Ficou saudade
Ficou a dor
Ressentimento
Descontentamento
Tristeza
Infelicidade

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Quanto Vale

Quanto vale o amor?
Quanto vale a vida?
A imensurável medida
Que equivale a dor

A dor da perda
A dor sentida
Qual é o valor
De tanta magoa contida?

Quanto vale o sim?
Quanto vale o não?
Qual é o valor
Desse aperto de mão?

Vale mais que tudo
Vale mais que nada
Que um abraço, um beijo,
E uma flor roubada.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Minha Cabeça Chora

Minha cabeça chora
Se apoia no ombro do passado
Ando olhando meio de lado
Ando pensando e contando as horas

O futuro incerto me assombra
Tira o chão, me devora
Na fúria da triste senhora
Segue, o nada, a sombra

Tanta magoa em meu peito
Um lago turvo afoga
A incerteza, a madureza
A vinda da morte em meu leito.